A geração própria de energia é uma ferramenta estratégica para consumidores residenciais e comerciais, rurais e públicos de todos os portes, perfis e mercados que busquem economia, previsibilidade de preços, autonomia de suprimento de energia e responsabilidade ambiental.
A geração própria de fonte solar já está presente em todos os estados brasileiros. Até o final de 2020, já gerou:
– Mais de R$ 23,1 bilhões em investimentos;
– Mais de R$ 5,9 bilhões em arrecadação;
– Mais de 140 mil empregos.
Até 2020, eram 386 mil sistemas, que, em sua vasta maioria, são de pequeno porte, abastecendo 484 mil unidades consumidoras: residenciais, responsáveis por 73,5% dos sistemas, seguido do segmento comercial e serviços (16,7%) e do segmento rural (7%).
O consumidor de energia
Segundo dados oficiais da Aneel, há atualmente no Brasil mais de 84,2 milhões de consumidores cativos de energia elétrica, faturados pelas distribuidoras. Anualmente, são conectados, em média, 1,9 milhão de novos consumidores cativos ao sistema, aumentando significativamente a base de clientes das distribuidoras.
Por outro lado, o Brasil possui menos de 120 mil sistemas de energia solar nos telhados e pequenos terrenos, aliviando o orçamento de cerca de 141 mil unidades consumidoras. Ou seja, apenas 0,2% dos consumidores cativos são beneficiados com créditos da geração distribuída solar fotovoltaica e o seu crescimento é muito inferior ao crescimento da base de mercado faturada pelas distribuidoras no Brasil.
Fato é que a energia solar fotovoltaica ainda é ínfima e está muito abaixo das potencialidades do Brasil. Há países, como a Austrália, Alemanha, China, EUA, Índia, Japão e Reino Unido, que já possuem mais de 1 milhão de sistemas. Enquanto as regras vigentes da geração distribuída estão finalmente começando a dar resultado, mudar as regras do jogo neste momento inicial do mercado poderá quebrar esta evolução.
A Califórnia (EUA), referência mundial no tema, só mudou sua regulamentação quando atingiu 5% de participação da geração distribuída solar fotovoltaica na matriz. Além disso, preservou as regras para os consumidores que instalaram sistemas antes das mudanças, sem sustos e com estabilidade e segurança jurídica e regulatória.
A manutenção das regras atuais da geração distribuída no Brasil, ampliará de forma expressiva o desenvolvimento econômico, social, ambiental, elétrico, energético e estratégico do País. Segundo a ABSOLAR, a Resolução Normativa nº 482/2012 possui a meta de reduzir barreiras e incentivar a geração distribuída e qualquer alteração deve ser realizada por meio de uma avaliação abrangente dos atributos da modalidade, destacando os benefícios proporcionados pelo segmento à sociedade brasileira como um todo, incluindo na análise a avaliação dos aspectos econômicos, sociais, ambientais, elétricos, energéticos e estratégicos.
O crescimento da geração distribuída solar fotovoltaica em todo o território nacional, por meio do marco regulatório vigente, trará benefícios líquidos para todos os consumidores do setor elétrico. Estes benefícios incluem geração de empregos, geração de energia elétrica junto à carga, de fontes renováveis e sem emissão de gases de efeito estufa, reduzindo a contratação de fontes convencionais poluidoras, diminuição de perdas de transmissão e distribuição.
A geração distribuída solar fotovoltaica também contribuirá para o alívio da demanda diurna do sistema elétrico nacional. Segundo dados oficiais do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), em janeiro de 2019, o Brasil bateu os recordes de demanda do sistema justamente no período diurno, por volta das 15:00h, horário no qual a fonte solar fotovoltaica está contribuindo fortemente com a geração de energia elétrica limpa, renovável e sustentável.
Na Califórnia, o operador do sistema comprovou uma economia aos consumidores de US$ 2,6 bilhões em investimentos na transmissão de energia elétrica (20 projetos cancelados e 21 revisados), beneficiando os consumidores que não investiram diretamente em GDFV (geração distribuída subsidiando os consumidores tradicionais).
A energia solar fotovoltaica está se tornando cada vez mais acessível e popular devido aos seus inúmeros benefícios. Hoje, já é mais barato gerar sua própria energia do que comprá-la da sua concessionária local.
Para facilitar o pagamento desse investimento, o financiamento já é uma opção competitiva para os consumidores que desejam instalar um sistema solar fotovoltaico em um imóvel comercial ou residencial. Atualmente, são mais de 60 opções de financiamento de agentes públicos e privados, adaptadas para diferentes setores da economia brasileira